O Tempo Repensado
- Jéssica Marques
- 20 de nov. de 2020
- 3 min de leitura
Revisitando meu baú de ideias, vi uma produção sobre o tempo, que fiz no meu aniversário do ano passado(2019), como um exercício sobre esse recurso linguístico que sempre me fascinou, tanto que desde as aulas de Filosofia no Ensino médio eu tenho uma paixão sobre as correntes que questionam os limites do presente, passado e futuro, como é o caso de Santo Agostinho(éee, eu sei, parece estranho eu concordar com essa personalidade católica e tals, mas existem bons ensinamentos por ele explorados, que deve ser discutidos e difundidos tanto por crentes quanto por ateus). Naquela época eu fiquei tão obcecada com o tema que sempre ouvia a menção ao tema queria capturá-lo, tanto que fiz a ilustração a seguir em 2012 como uma tentativa de transportar para o papel o que esse conhecimento me trouxe naquela época.

Como o fim do ano não deixa de ser o fechamento de um ciclo bastante memorável pela nossa cultura, tanto quanto o aniversário… Decidi adaptar essa produção com uma ampliação da reflexão. No caso, ela começava com o questionamento: “ Você sabe quantificar o que é o tempo? Muitos dirão que é a passagem dos eventos de uma vida…” Mas hoje quero adaptar tal entrada com um outro apelo, mais pungente neste novembro de 2020 para o meu eu do presente:
O que estamos fazendo com o tempo?
Será que somos realmente agentes DO tempo? Ou faria mais sentido sermos agentes NO tempo? Você pode estar se perguntando, esta preposição é só uma questão de estilo linguístico, em nada afeta o sentido da mesma. Pois foi aí que a santidade de um Agostinho me ensinou que tal mudança afeta, E MUITO nosso tema em questão.
Daí em diante, de Heidegger a Nietzsche serão citados, num eterno retorno de estar aí
de um ser ou não ser que tentaram diminuir a questão, sem deixar de ser complexo, num nível que é melhor nem entrar no mérito...
Sendo assim, para mim, o tempo é um falso limite criado pela sociedade para controlar o incontrolável. E o fato dele ser cuidado é que o descola da realidade e a transforma em um plano mental e etéril que não sobrevive sem a linguagem. Já parou para pensar que sem a vivência racional dos humanos, que buscam quantificar a tudo e a todos, não existiria nada, nem mesmo o próprio conceito de nada... Afinal, sem o advento da palavra nós apenas SERÍAMOS NO TEMPO!
E se é para sermos no tempo nada melhor do que discutirmos o “nosso” ZEITGEIST marcado por conflitos políticos e situações de risco, em meio a essa pandemia, acaba por propiciar cada vez mais nosso desejo de alienação, ou pelo menos uma fuga momentânea dessa realidade. Tal fuga é exemplificada pelo universo de memes criados por segundo nas famigeradas redes sociais. Esse cenário se propõe a ser aconchegante em um primeiro momento, mas acredito que o nosso espírito do tempo nunca poderá perder o modos operanti de se questionar a todo instante.
Já parou para pensar que esse ano tão emblemático(2020), cheio de explicações psicodélicas, numerológicas está “prestes a deixar de ser” de um modo tão catártico quanto ele começou. Esse com certeza vão ser os 20 séculos em 20 dias, mas com a sensação temporal de 20 milênios em 20 segundos!!!
Viva nosso 20 de novembro, uma data tão especial, feito para lembrar dos que já não estão mais NO tempo, mas que nunca deixaram de ser DO tempo de luta!
#vidasnegrasimportam #consciencianegra #reflexão #lembrançasdoquenãovivemos #atemporal #allons-y! #Partiu2021
PS: se você não acreditava em viagem no tempo, acho que 2020 veio para te transformar em um fiel escudeiro rsrs
PS2: se quiser deixar sua reflexão gravada no tempo comenta aí embaixo e vamos conversar mais entre si =)
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